No artigo de hoje, trouxemos as explicações sobre os fertilizantes, o que são, onde são aplicados e quais são as suas funções.
Atualizado em 23.08.2022
Os fertilizantes ou adubos são qualquer tipo de substância aplicada ao solo ou tecidos vegetais para fixar um ou mais nutrientes essenciais ao crescimento das plantas.
Geralmente, são aplicados na agricultura com o objetivo de melhorar a produção do plantio e conservar os alimentos por mais tempo.
Também podem ser definidos como compostos químicos utilizados na agricultura tradicional para aumentar a quantidade de nutrientes do solo e, assim, conseguir um ganho de produtividade e longevidade nas colheitas.
Para ter um crescimento saudável, as plantas precisam de variados tipos de nutrientes, como oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, além de outras substâncias químicas que costumam ser insuficientes no solo ou no local de cultivo.
Esses nutrientes são agrupados em micronutrientes e macronutrientes, o que veremos a seguir.
Os fertilizantes podem ser aplicados de forma direta no solo, por meio de irrigação ou pulverização (fertilizantes foliares) sobre os tecidos vegetais (em geral nas folhas) e a origem deles pode ser orgânica ou inorgânica.
Para verificar o tipo de fertilizante ideal para aplicação no solo em que serão cultivadas as plantas, é recomendado que se conheça quais são as necessidades nutricionais do tipo de planta que será cultivada.
Outro ponto importante é a realização de análises químicas no solo onde estas serão plantadas, para garantir a eficácia da utilização do fertilizante.
Os profissionais habilitados para realizar a leitura dos dados e resultados dessa análise de solo e indicar o melhor tipo de fertilizante para determinado cultivo são os Engenheiros Agrônomo, Florestais, ou profissionais de nível técnico pertinentes à essas áreas.
Estes possuem formação específica para que não haja desperdícios e erros na aplicação.
Isso porque erros na definição do melhor tipo de fertilizante podem gerar consequências negativas para o cultivo de plantas.
Usualmente, são provenientes de origem mineral, processados em indústrias químicas, para que possam ser aplicados na agricultura.
São classificados em: nitrogenados, fosfatados, potássicos, mistos (que possuem mais de um tipo de nutriente) e calcários (que são utilizados para correção de pH do solo normalmente).
São compostos advindos de resíduos animais ou vegetais, que possuem ação mais lenta comparados aos fertilizantes inorgânicos, uma vez que sua decomposição é mais complexa.
Estes podem ser provenientes de esterco animal, resíduos de vinícolas, tortas de filtros de usinas de açúcar e álcool (vinhaça), adubos verdes e resíduos de frutas, verduras e legumes.
Os fertilizantes podem influenciar no pH do solo, tornando-o mais ou menos ácido ou alcalino.
Os fertilizantes orgânicos podem ser sólidos ou líquidos e são aplicados no solo como forma de húmus, que pode interferir nas diversas características físico-químicas da terra, como em:
Ainda, podem ser classificados conforme a seguir:
Alguns desses elementos estão disponíveis com abundância no meio ambiente e são diretamente assimiláveis pelas plantas, como carbono, hidrogênio e oxigênio.
Outros como nitrogênio, apesar de fartamente disponível na atmosfera, não são diretamente absorvíveis pelas plantas, ou o processo de absorção é muito lento face à demanda produtiva.
Aos elementos necessários e que são normalmente adicionados pelos agricultores a suas plantações para suprir essas deficiências e aumentar a produtividade, chamamos de adubo.
O uso do fertilizante ideal para a agricultura depende das necessidades nutricionais das plantas que serão cultivadas e de como está o solo em relação à disponibilidade de nutrientes.
Para isso, é preciso que um profissional técnico faça uma análise do local para sugerir os fertilizantes indicados à área e o modo de sua aplicação.
Isso com o objetivo de minimizar desperdícios e erros.
A aplicação dos fertilizantes pode ser feita basicamente de três formas:
Veja a seguir as possibilidades:
Também chamada de fertirrigação, a técnica de fertilização por irrigação consiste em aplicar os fertilizantes de forma líquida, por meio de pivôs centrais ou por mangueiras de gotejamento. Fertilização por pulverização
Chamada também de adubação foliar, essa técnica é feita a partir da diluição do fertilizante em água e a calda aplicada por meio de pulverizadores.
Cada tipo de fertilizante combina mais com uma determinada técnica e a escolha ideal desta pode tornar a aplicação mais eficiente, mais rápida e com menor custo.
A seleção do modo de aplicação também variará dependendo das condições do solo e do clima, da espécie cultivada e seu estádio de desenvolvimento, sendo ilustrada pelos tipos a seguir:
Os fertilizantes nitrogenados estão entre os mais utilizados e são os que causam maior impacto ambiental.
De acordo com a Associação Internacional de Fertilizantes (IFA), a produção desses compostos é responsável por 94% do consumo de energia de toda produção de fertilizantes.
Os combustíveis utilizados de forma mais corriqueira são o gás natural (73%) e o carvão mineral (27%), ambos fósseis.
Suas emissões de dióxido de carbono (CO2) contribuem com o processo de desequilíbrio do efeito estufa.
Com isso, favorecem o processo de aquecimento global.
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De modo geral, o uso de fertilizantes inorgânicos acarreta problemas para o meio ambiente, dentre eles a contaminação de lençóis freáticos, rios e lagos.
Uma considerável quantidade de fertilizantes inorgânicos levam poluentes orgânicos persistentes (POPs), como dioxinas e metais pesados em sua composição, que contaminam os animais e plantas que vivem na água.
Outros animais ou o próprio ser humano podem se contaminar ao beber a água ou comer animais intoxicados.
A contaminação da água também pode levar à sua eutrofização.
Esse é um processo em que, segundo estudos, os compostos nitrogenados ou fosfatados, ao chegarem à rios, lagos e zonas costeiras favorecem o crescimento e o aumento de número de algas.
Estas levam à diminuição do oxigênio e à morte diversos organismos.
Alguns ambientalistas afirmam que esse processo gera “zonas mortas” nos ambientes aquáticos, sem qualquer tipo de vida além das algas.
Processo similar ocorre com o uso intensivo de sabão que contém fosfato em sua composição e acaba por ser destinado nos rios e mares.
Um dos perigos dos fertilizantes orgânicos está na sua própria composição.
Isso porque, se não fabricado de maneira correta, pode conter agentes patogênicos.
A quantidade de nutrientes presentes nos fertilizantes orgânicos não é exata e, distintamente do que ocorre com os fertilizantes inorgânicos, podem não estar à disposição no momento correto do crescimento da planta.
Isso faz com que não haja utilização desse tipo de fertilizante na produção agrícola intensiva moderna.
Mesmo que em uma quantidade muito menor, esse tipo de fertilizante, assim como os inorgânicos, causam acidificação do solo e pode liberar óxido nitroso na atmosfera.
Com poucos esforços econômicos voltados à saúde do ambiente e das pessoas e muita importância para o lucro, a tendência é que o uso de fertilizantes inorgânicos aumente.
Com o passar do tempo, os fertilizantes orgânicos se tornaram pouco utilizados e não há estudos eue consigam bons financiamentos sobre a substituição dos fertilizantes inorgânicos por compostos químicos menos nocivos ao meio ambiente.
Essa problemática merece atenção sobretudo para o Brasil.
O país é uma das principais fronteiras agrícolas do mundo e será um dos principais responsáveis pela produção que alimentará a população.
Isso mostra o potencial aumento de gases do efeito estufa emitidos no país em um período de tempo relativamente curto.
Por fim, para não se expor a todos esses problemas, ou até mesmo reduzir o impacto ambiental das suas compras, recomendamos a você, que quando possível, consuma alimentos orgânicos.
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*Por Julianna Caldeira e Manuelle Meira – Colaboradoras da Ius Natura
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