Para este artigo especial, trazemos curiosidades sobre a origem do Dia Nacional da Consciência Negra, como o movimento ganhou repercussão até se tornar um feriado e as reflexões que esta data carrega para os dias atuais.
Atualizado em 19.11.2020
No dia 20 de novembro de 1971, um grupo de 12 estudantes negros se reuniu em um clube na cidade de Porto Alegre (RS) – o único que aceitava negros na capital – para discutir sobre a história de Zumbi, o famoso líder do quilombo Palmares.
Zumbi foi um dos protagonistas na resistência contra a escravidão no Brasil e o principal líder dos Palmares no período colonial.
Depois de resistir por cerca de 20 anos, ele foi assassinado em 20 de novembro de 1695 e teve sua cabeça exposta em praça pública.
Em entrevista para a Folha de S. Paulo, um dos estudantes que participou de tal reunião, Antônio Côrtes, explicou a ideia inicial que impulsionou a criação da celebração:
“Fizemos uma analogia com a construção mítica de Tiradentes (…). Se a morte dele era lembrada, também tínhamos que lembrar a de Zumbi”
Antônio Côrtes
Após a reunião, Antônio e outros três amigos fundaram o Grupo Palmares, uma associação cultural para promover a conscientização da participação do negro na História do Brasil.
E, após dois anos, a homenagem feita aos negros brasileiros ganhou repercussão nacional e figuras negras históricas passaram a ser lembradas todo mês de novembro e em todas as regiões do país, como Dia Nacional da Consciência Negra.
Em 2003, tivemos a Lei nº 10.639/03 – que foi alterada pela Lei 11.645/08 -, que torna obrigatório o ensino sobre a história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio, no Brasil.
A data foi oficializada como Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, em 2011, pela Lei 12.519/2011, sancionada pela então presidente Dilma Rousseff.
Porém, a celebração como feriado ocorre apenas em municípios com leis estaduais específicas, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Alagoas.
A ideia de criar uma data para celebrar a Consciência Negra remete à conquista de liberdade pelos escravos que sofreram durante muito tempo e também ao fato de que seus descendentes carregam marcas até hoje perante a sociedade.
O dia Nacional da Consciência Negra existe para lembrar os brasileiros de que é preciso valorizar um povo que contribuiu para o desenvolvimento da cultura brasileira. E, durante este mês, muitas atividades são propostas por ativistas, pelas escolas e órgãos públicos.
1. Dandara, esposa de Zumbi dos Palmares
Dandara era esposa de Zumbi e mãe de três filhos. Ela lutou bravamente pela libertação das negras e negros no Brasil, além de enfrentar muito machismo.
Foi presa em 1694 e suicidou para não retornar à condição de escrava.
2. Aleijadinho
Antônio Francisco de Lisboa, conhecido por Aleijadinho, era filho de um arquiteto português e de sua escrava. Por ter sido alforriado pelo pai, pôde ser educado decentemente e em um ambiente artístico.
Por ser mulato, ele nem sempre foi tão valorizado, mas foi responsável por grandes obras, principalmente religiosas, em Minas Gerais.
Suas obras estão espalhadas por Ouro Preto, Mariana, Sabará e Congonhas, cidades históricas mineiras.
Aleijadinho desenvolveu uma doença degenerativa que o fez perder os movimentos dos dedos das mãos e dos pés.
E mesmo doente, não parou de trabalho e conseguiu imprimir seu estilo barroco em obras inconfundíveis.
3. Padre José Maurício
José Maurício Garcia, nasceu no Rio de Janeiro, filho de escravos libertos.
Ele seguiu carreira eclesiástica, muito comum na época. Também se dedicou à música e se tornou um exímio organista.
Com a vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, o príncipe-regente Dom João, nomeou Padre José Maurício mestre de Capela e o fez cavaleiro da Ordem de Cristo, uma das mais tradicionais honrarias portuguesas.
Em 2008 comemorou-se o bicentenário da Família Real e algumas obras dele foram encontradas. Posteriormente, orquestras brasileiras e internacionais passaram a reproduzi-las.
4. Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina dos Reis, nasceu no Maranhão, filha de mãe branca e pai negro. É considera a primeira romancista mulher a conquistar prestígio na literatura brasileira.
Ela foi a primeira mulher a passar para o concurso público como professora.
Fundou uma escola mista e escreveu romances do gênero abolicionista, como “Úrsula”, “A Escrava” e “Cantos à Beira-mar.”
5. Luís Gama
Baiano, filho de uma escrava liberta e um português pobre, Luís Gama nasceu livre, mas para pagar as dívidas de seu pai, foi vendido como escravo. Aos 10 anos, foi para São Paulo pra trabalhar como escravo.
Aprendeu a ler aos 17 anos, e nesta época, conseguiu provar perante a justiça brasileira que era mantido como escravo doméstico e, portanto, deveria ser libertado devido à abolição.
Então, Luís Gama passou a advogar sem diploma e através desta iniciativa, conseguiu libertar mais de 500 escravos alegando que todo negro chegado ao Brasil após 1831 deveria ser livre.
Em homenagem, a OAB (Ordem de Advogados do Brasil), lhe concedeu postumamente o título oficial de advogado, em 2015.
*Feito por Ingrid Stockler e Tatyanne Werneck
Feito por Juliana Caldeira e Manuelle Meira – Colaboradoras da Ius No artigo de hoje…
No artigo de hoje listamos os 6 principais passos para a certificação da ISO 9001…
No artigo de hoje, separamos os principais pontos da Gestão de Não Conformidades e como…
Manutenção do ar condicionado e qualidade do ar interno
Introdução A saúde e segurança dos trabalhadores no exercício de suas atividades sempre foi um…
Emprego Das Mulheres Em Trabalho Subterrâneo Uma Análise Sistemática Da Legislação Brasileira Nesse artigo, vamos…
Este site usa cookies para melhor entrega de conteúdo assertivo.