Manter a saúde e segurança do trabalhador é uma das principais preocupações de empresas que buscam estar alinhadas com a ética, o desenvolvimento e o lucro de seus negócios.
Para ajudar você a entender o que é a ergonomia, seus objetivos e em quais segmentos deve haver sua implantação preparamos este artigo com os principais pontos sobre o tema. Confira!
O termo ‘’ergonomia’’ é a somatória de duas palavras gregas: ergon (trabalho) e nomos (normas). Dessa maneira, podemos considerar ergonomia como um compilado de normas ou regras que devem ser aplicadas ao trabalho.
Por uma explicação mais completa, conceitua-se ergonomia como um conjunto de normas e processos que promovem os cuidados necessários com a saúde e segurança dos trabalhadores de uma organização através da redução de riscos e atuação nas condições dos espaços físicos, das máquinas, equipamentos e processos corporativos de uma empresa.
Ou seja, a ergonomia visa a criação e aplicação de regras para que os trabalhadores tenham conforto para executar suas tarefas, e que sejam expostos a menos situações de perigo e risco durante seu período laboral.
O conceito de ergonomia citado no tópico anterior, traz em si os objetivos da ergonomia, sendo eles: a promoção do conforto ao colaborador, a prevenção de acidentes e a diminuição de exposição aos riscos que uma atividade laboral pode oferecer.
Os objetivos são traçados através de análises realizadas na execução de atividades dos colaboradores. Essas análises levam em consideração: a postura, os movimentos corporais, os maquinários utilizados, os barulhos do ambiente, a capacidade do colaborador ao executar sua função, a condição de execução do trabalho, a matéria prima utilizada e a cadeia produtiva da atividade.
Realizar essas análises e implementar soluções para garantir a qualidade na saúde e segurança de um colaborador é o principal objetivo da ergonomia, tornando-a o principal instrumento de promoção de conforto, bem-estar e segurança dos profissionais.
Ao falarmos de ergonomia, é comum acharmos que ela se limita a manter profissionais de escritórios com a postura corporal alinhada. No entanto, os processos ergonômicos estão muito além das limitações de uma sala fechada com profissionais sentados.
A ergonomia é democrática e se aplica à empresas de diversas áreas de atuação. Cada seguimento possui sua singulariedade, seja na cultura da empresa, seja no modelo de negócio ou no porte do empreendimento e a ergonomia aborda todos esses formatos.
Sendo assim, não importa se você trabalha em um escritório de contabiliade, em uma fazenda ou em uma construção civil, a ergonomia é aplicada em vários segmentos.
Por ter uma aplicação global, é preciso que a ergonomia se molde a cada ramo e atividade, por isso, se divide em 3 aspectos. Esses três aspectos ergonômicos consideram diferentes fatores da saúde dos colaboradores. Sendo eles: os fatores físicos, cognitivos e organizacionais. Por exemplo:
No que se refere a ergonomia física, devemos considerar os aspectos da anatomia humana, considerando a fisiologia, a biomecânica e a antropometria com as atividades físicas executadas pelo colaborador. Neste pilar ergonômico, são analisados os seguintes pontos:
A ergonomia física, tem por objetivo obter o melhor desempenho humano na realização de suas tarefas. Por isso, classificar biotipos e, a partir deles, dimensionar equipamentos, máquinas e ferramentas de trabalho fazem parte da análise deste aspecto do processo ergonômico.
Como citamos, a ergonomia é democrática, e as aplicações dos aspectos físicos, podem ir desde a altura da cadeira utilizada por um trabalhador de um escritório, quanto por uma costureira que executa movimentos repetitivos, quanto por profissionais de estoque que precisam se abaixar e locomover com objetos de peso, entre outros. Em um dos tópicos abaixo, separamos alguns segmentos em que é possível aplicar a ergonomia.
Neste caso, o processo ergonômico é voltado para o setor de gestão e não no operador em si. Mas não podemos nos esquecer, embora o colaborador da empresa não seja o ponto focal da ergonomia organizacional, todas as análises traçadas para garantir um sistema sociotécnicos, um clima organizacional, cultura e políticas empresarial, tem o colaborador como um de seus objetivos finais sendo partes inerentes do processo ergonômico.
Essa área da ergonomia, tem por objetivo a adaptação das condições da organização para preservar a saúde e o bem-estar do trabalhador. Por exemplo:
Nesse formato ergonômico, observa-se o modelo liderança executado, apontando melhorias na forma de gestão.
Bem literal ao nome, este aspecto da ergonomia refere-se aos processos mentais utilizados por pessoas na execução de suas funções e como eles afetam suas interações com outros elementos de um sistema da organização. Pontos como estresse, raciocínio, resposta motora, percepção e memória, são considerados neste pilar. Vejamos exemplos:
De modo geral, a ergonomia no aspecto cognitivo se propõe a avaliar e intervir na saúde psíquica dos trabalhadores, visando minimizar fatores que possam desencadear estresse, ansiedade, depressão, agressivida e insatisfação profissional no ambiente de trabalho.
Como já citamos por aqui, a ergonomia é democrática e não se limita a um segmento. Pelo contrário, é possível notar a presença da ergonomia nos mais variados ramos empresariais e setores dentro de uma mesma organização.
Para ajudar você a enxergar como a ergonomia pode ir além em sua aplicabilidade, trouxemos alguns exemplos de setores onde é possível aplicar processos ergonômicos, sendo eles:
Seja na agricultura ou na agropecuária, em ambos os segmentos do agronegócio, temos a presença de atividades que dependem muito do esforço braçal e da condução de grandes maquinários.
Neste tipo de segmento, devemos considerar o uso de materiais que auxiliem em atividades que dependem de força, estabilidade, transporte de peso, exposição ao sol, contato com animais de grande porte entre outros fatores.
Os profissionais da ergonomia, lidam, portanto, com os cuidados relacionados aos aspectos físicos dos colaboradores, considerando movimentos repetitivos, agachamento, trabalho de força, exposição solar e muito mais.
No setor de construção civil, é necessário cuidados semelhantes aos adotados no setor de agronegócio. É preciso observar a exposição dos trabalhadores ao uso de máquinas, condução de materiais pesados, exposição solar, barulho, perigos urbanos, altura, carga e descarga e manuseio de materiais pesados.
O uso de estabilizadores, cabos, óculos escuros e orientações de postura, são uma das orientações ergonômicas que contribuem para a saúde e segurança do trabalhador e se alinham aos processos ergonômicos.
Você provavelmente já presenciou algum colaborador executando o serviço de limpeza de uma empresa, certo? Os movimentos repetitivos ao lustrar algum móvel ou janela, a necessidade de se abaixar para torcer o pano, a forma de subir em escada, a locomoção com baldes pesados, são alguns exemplos de atividades que podem ser amparadas pela ergonomia.
Através dos processos ergonômicos, é possível buscar alternativas e ferramentas que tornem o serviço de limpeza, menos repetitivo, mais seguro e saudável para o colaborador que o executa. Como exemplo: fazer uso de equipamentos tecnológicos e materiais que facilitem a limpeza.
A pandemia trouxe um novo formato de trabalho para o mercado, muitas organizações se adequaram ao estilo de trabalho remoto e o mesmo agradou a inúmeros profissionais. A prática é bem aceita e com o avanço da tecnologia é esperado que muitas empresas sigam esse estilo de trabalho.
No entanto, os desafios com a saúde e segurança dos trabalhadores que estão em home office são grandes. Com cada profissional em sua residência, fica difícil acompanhar se o mesmo está trabalhando em um lugar com mobília e iluminação adequada e em conformidade com o que dispõe as diretrizes da ergonomia.
A alternativa para seguir nesse modelo de trabalho, garantindo a saúde e segurança dos colaboradores, é investindo cada vez mais na cultura da organização, seja através de encontros onlines com orientações, seja através de projetos educativos e principalmente através do envio de materiais que auxiliem em uma condição confortável que se adeque ao conforto e segurança do colaborador. Por exemplo:
Seja na esfera administrativa que se limita ao escritório e dependências internas da empresa, ou seja na cadeia de produção que pode pertencer aos mais variados segmentos, no setor industrial, o ergonomista consegue aplicar os aspectos ergonômicos , organizacionais e cognitivos com facilidade.
Os cuidados ergonômicos no setor da industria, vão desde o uso adequado de mobília até atividades de produção que necessitam do uso correto de EPIs, orientação de manuseio de carga e descarga, cuidado com barulho, poluição e contato físico com determinados materiais e manuseio de peso. Sendo assim, sobra análise de processos ergonômicos para serem feitas neste segmento.
No tópico anterior, vimos a distribuição dos aspectos da ergonomia e do quanto os processos ergonômicos devem ser democráticos.
Para uma boa análise e aplicação ergonômica, é indispensável que o ergonomista entenda o perfil dos trabalhadores de uma organização e principalmente como é a dinâmica e as condições de trabalho desses profissionais. Para que essa análise seja bem feita, ela deve ser conduzida de forma personalizada conforme a especificidade de cada função e organização.
A realização da Análise Ergonômica do Trabalho – AET é o único formato possível para identificar, minimizar ou até mesmo extinguir os riscos ergonômicos existentes em uma empresa.
A Norma Regulamentadora nº 17, responsável pelas diretrizes da ergonomia, foi atualizada em janeiro de 2022, e trouxe pontuações e alterações no que tange a aplicação do AET.
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Manter a ergonomia de uma empresa alinhada, vale por si só em razão da ética em promover a segurança na vida dos colaboradores e garantir a saúde dos mesmos.
No entanto, o benefício de um processo ergonômico bem executado, vai além da ética e satisfação dos operadores de uma organização.
A ergonomia também afeta diretamente nas questões financeiras de um empreendimento, reduzindo gastos e promovendo lucros. Vejamos abaixo como a implementação e acompanhamento da ergonomia impacta de forma positiva no financeiro de uma organização:
A aplicação da ergonomia no ambiente de trabalho, promove melhoria na qualidade de vida dos colaboradores . Dessa forma, é possível um aumento na velocidade de entrega dos funcionários e maior capacidade produtividade das tarefas. Sendo assim, a conta é fácil, se há mais entrega em menos tempo, há mais lucro para a empresa.
Sabemos que uma boa performance está relacionada ao tempo de descanso e qualidade de vida. Por isso, respeitar e delegar tarefas que se enquadrem de forma justa a carga horária dos trabalhadores é uma obrigação da empresa.
Um colaborador que consegue ter os finais de semana, feriados e carga horária semanal respeitados, consegue produzir mais durante seu período laboral, e como já citamos no tópico anterior: descanso e produtividade são indicadores de boa saúde e satisfação do colaborador e bons resultados para a organização.
A implantação de processos ergonômicos, quando bem realizados, pode diminuir a taxa de acionamento do plano de saúde por parte dos colaboradores. Sendo assim, reduz a taxa de sinistralidade dos planos resultando em diminuição dos gastos da empresa com esse benefício.
É importante salientar, que o objetivo da ergonomia é promover a saúde e segurança na vida do trabalhador. Os lucros oriundos da melhor perfomance, são consequências do objetivo principal que é contribuir para a SST de uma organização e não o foco principal.
Este tipo de lesão é recorrente e pode levar os colaboradores à aposentadoria por invalidez. Aplicar processos ergonômicos que consiga diminuir os movimentos repetitivos, ou fazer um rodízio de funções com o colaborador, é uma das alternativas para evitar uma aposentadoria precoce e um grave problema motor na saúde.
As doenças de caráter emocional como ansiedade, depressão e Burnout, podem gerar o afastamento de colaboradores.
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Algumas formas de prevenir os colaboradores dessas doenças são: melhorias na gestão, redução de demanda, diminuição da cobrança excessiva e atenção à carga horária e jornada profissional do trabalhador .
Os trabalhadores podem ser afastados em razão de causas físicas provocadas por acidentes na execução de alguma atividade laboral, e também por causas emocionais. Quanto maior a cultura de engajamento e satisfação do trabalhador dentro da empresa e mais leve o clima organizacional, menores são os indicadores de absenteísmo.
Isso porque, em um abiente saudável, a possibilidade do colaborador em desencadear transtornos mentais em razão do trabalho, são menores. Quanto as lesões, em empresas onde há cultura de orientação, ouvidoria e alternativas para combater acidentes, ajudam a manter o operador afastado de licenças médicas.
A Saúde e Segurança do Trabalho recebe o amparo normativo das Normas Regulamentadoras.
A NR 17 é a norma que dispõe sobre ergonomia, criada em 1978 pelo MTE, suas diretrizes conduzem as empresas a promover a saúde e segurança do trabalhador e a minimizarem a exposição dos funcionários a riscos ergonômicos.
A Ius Natura preparou um material específico sobre a NR 17 para conferir em detalhes este conteúdo, basta clicar AQUI e baixar o e-Book gratuitamente.
Neste material, abordamos todo o conteúdo da NR 17 e suas principais mudanças feitas em janeiro de 2022.
Se você quer se atualizar sobre a aplicação de AET, AEP e a relação das pequenas e microempresas em relação a ergonomia, não deixe de fazer seu download. Clique AQUI!
Chegamos ao último tópico do nosso artigo. Agora, você já sabe o que é ergonomia, quais os seus benefícios para uma empresa, em quais segmentos é possível aplicá-la, certo?!
Então, para encerrar este artigo da melhor forma, você vai entender como implantar a ergonomia no dia a dia da sua empresa. Vejamos:
Se sua empresa é composta pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, você pode desenvolver cartilhas sobre os cuidados e orientações relacionados à ergonomia.
Caso não tenha CIPA, a criação do comitê de ergonomia ajudará a manter os colaboradores da organização alinhados com os cuidados necessários relacionados a SST.
O comitê deve ser composto pelos colaboradores da empresa e se manter ativo esclarecendo as dúvidas e orientando os colaboradores da organização sobre ergonomia.
O desenvolvimento de um plano de ação é de extrema importância para implantar as melhorias no ambiente de trabalho.
Sendo assim, as falhas identificadas pela CIPA ou pelo comitê de ergonomia durante os processos ergonômicos, serão reparadas através do plano de ação.
Para a execução dos planos de ação, é possível utilizar o:
Busque por materiais e cursos que irão lhe ajudar a enxergar a ergonomia além do óbvio e realizar os processos ergonômicos na sua organização.
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*Feito por Manuelle Meira – Colaboradora da Ius Natura
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