Dia 22 de abril é o Dia da Terra, e não é somente uma data para distribuirmos cartilhas de conscientização e falarmos sobre a importância da preservação ambiental.
A humanidade está se aproximando cada vez mais de um desastre climático de proporções dantescas e ignorar o problema o torna ainda mais grave, uma vez que 85% da população mundial está sendo afetada pelas mudanças climáticas provocadas pelas ações do homem. Assim sendo, apresentamos aqui algumas razões para se atentar ao assunto e se manter conectado.
Houve um tempo em que se fazia política nas ruas, ao lado de muitas pessoas, segurando cartazes e gritando palavras de ordem. Muitos artistas fizeram de sua arte (fosse música, teatro, cinema ou artes plásticas) seu protesto, e com isso apoiaram causas e mudaram algumas, como fez Brecht no teatro, Picasso na pintura e Chico Buarque na música.
A revolução, os alertas e os “gritos” invadiram espaços físicos e, assim, alcançaram várias pessoas e vários objetivos.
Nos dias de hoje vivemos conectados a uma rede de informação sobre o mundo e sobre as pessoas com quem convivemos: a internet. Depois da sua chegada, tudo mudou !
A forma e o tipo de conteúdo que consumimos, a forma de nos relacionarmos, o jeito que compartilhamos e acompanhamos as vidas pessoais, as nossas ideias e posicionamentos, a forma de consumo e tudo mais que pudermos imaginar.
Estas transformações socioeconômicas e culturais trazidas pela internet também afetam a noção da população sobre o seu papel dentro da sociedade, sobre a democracia, sobre a necessidade da propagação e acesso às informações e sobre a participação do público em ações governamentais.
Um exemplo disso, são as consultas públicas, a disponibilização de documentos importantes relativos ao meio ambiente, que são elaborados pelas empresas, como é o caso do EIA/RIMA, além das audiências feitas por empresas com a população.
A ampliação do acesso à internet permitiu que populações muitas vezes isoladas, afastadas do debate público e da comunicação feita em relação ao meio ambiente, ganhassem voz e espaço dentro das instituições municipais, estaduais e da união.
Obviamente, por estar presente na vida de uma grande parcela da população e por fazer parte de nossas rotinas, a internet nos trouxe resultados em outras áreas além daquelas comumente abordadas.
Expressar as nossas opiniões pessoais nessas redes potencializou e democratizou os discursos, afinal, eles podem ter um alcance de milhões de pessoas em questão de minutos.
Como exemplo disso, passamos a ter a possibilidade de conhecer a realidade de parcela da população diferente da nossa, como é o caso daquelas que são as mais afetadas pelos impactos das mudanças climáticas e que, comumente não são veiculadas em outros meios de comunicação.
Além disso, muitos presidentes usam suas contas em redes sociais para se manifestar, gerando inclusive polêmicas e discussões sobre quais seriam os limites da liberdade de expressão nesses espaços.
Por outro lado, movimentos ambientalistas e sociais ganharam esses espaços para promover suas culturas e causas alcançando consequentemente um público maior e cada vez mais jovem.
Mais de 60% dos jovens se preocupam com as mudanças climáticas, de acordo com uma pesquisa da BBC, e levar as nossas opiniões sobre as mudanças climáticas aos ambientes online pode fazer essa mensagem chegar até os mais jovens, que um dia serão os atores principais nas tomadas de decisão do planeta.
Aliás, já o são! Tem sido cada dia mais comum ver jovens encabeçando e lutando por causas voltadas à preservação do meio ambiente, como os casos de Txai Suruí (representante do Brasil na COP26) e Greta Thunberg.
Hoje, no Dia da Terra, trazemos para vocês razões pelas quais devemos usar as redes sociais para falar sobre a proteção ao meio ambiente e sobre as mudanças climáticas.
O dia da terra, 22 de abril, foi escolhido pela Organização das Nações Unidas em 2009 para que fosse uma data de conscientização sobre os impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente.
Historicamente, desde os anos 1970, a crescente onda de movimentos da contracultura e dos Direitos Civis culminou no surgimento de uma pauta ainda inédita para o grande público: a conscientização sobre a contaminação ambiental promovida pelos países industrializados.
Alguns movimentos pioneiros ainda existem, como o Greenpeace e o movimento Sea Shepherd, que luta pela preservação dos maiores mamíferos marinhos da atualidade, as baleias.
Fato é que a pressão desses movimentos na era pré-internet resultou em mudanças significativas, como a preservação das baleias, cuja caça foi banida na maioria dos países, restando apenas Noruega, Islândia e Japão como “párias” nesse assunto.
A matança de animais para o uso de suas peles em vestimentas também sofreu grande pressão graças ao Greenpeace, contando inclusive com a ajuda de Brigitte Bardot!
Com o acesso à internet cada vez mais popular, seja para fazer pesquisas ou entrar em contato com amigos, comunicar-se efetivamente nessas plataformas tornou-se não só uma habilidade, mas também uma vantagem.
Abaixo listamos algumas atitudes que você pode ter no mundo online para fazer mudanças reais no combate às mudanças climáticas e pela preservação do meio ambiente:
Saber sobre, por exemplo:
Elas podem e vão te ajudar a agir sempre que necessário, a entender o cenário em que vivemos, a lutar pelo seu direito ao meio ambiente (que foi garantido pela Constituição de 1988) e a proteger este bem tão valioso.
Saiba mais sobre a biodiversidade dos manguezais clicando neste artigo
Como os movimentos ambientais batem de frente com algumas das indústrias mundialmente conhecidas por serem poluidoras e agressivas ao meio ambiente, como por exemplo, a petroleira e a pesqueira, respectivamente, essas mesmas indústrias financiam movimentos negacionistas contra o clima.
Além delas, algumas autoridades políticas optam por negar a existência de diversos problemas ambientais, para justificar a implementação de ações que oferecem risco ao meio ambiente.
Adotam políticas que flexibilizam a proteção ambiental e se baseiam em notícias falsas sobre as condições do clima, solo, poluição, fauna, flora, dentre outros. Tudo isso, em prol das mesmas empresas anteriormente citadas. Porém, estas intenções e artifícios não são assumidos publicamente.
Verificar a veracidade das informações e denunciar essas notícias é fundamental para que elas deixem de circular no ciberespaço e possam “contaminar” menos pessoas.
As plataformas de streaming e sites como o YouTube ajudaram a difundir obras audiovisuais de extrema importância para a conservação do meio ambiente e para salientar a urgência da crise climática. Abaixo listamos alguns desses filmes/documentários que podem servir como fontes de informação confiáveis sobre o tema:
O atual sistema econômico em que operamos e vivemos nossas vidas tem sérios problemas estruturais, que culminam em impactos ambientais graves e por vezes destroem ecossistemas inteiros, como os recentes rompimentos de barragens em Minas Gerais e os inúmeros acidentes em plataformas de petróleo ao redor do globo.
A sociedade se mobiliza através de organizações populares, muitas compostas por voluntários. As queimadas no Pantanal só não foram piores graças a ação de diversas ONGs e voluntários que resgataram os animais feridos e lutaram contra as chamas ao lado dos bombeiros.
Apoiar esses grupos online é fundamental para garantir a mobilização da população na luta pela preservação do planeta.
Saiba mais sobre as queimadas no pantanal neste artigo
O Brasil é o 4º país do mundo que mais mata ambientalistas, isso dá uma noção do tamanho do problema e da urgência de uma mobilização nas redes, só assim poderemos amplificar e resguardar as vozes dos ativistas que nos deixaram e dos que permanecem entre nós, lutando por uma terra que seja preservada e explorada da forma correta.
Por fim, lembre-se que a Constituição de 1988 nos garantiu, em seu artigo 225, que:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Escrito por Davi Maia e Júlia Balsamão
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