O que é o mercado de alimentos Halal? O que o distingue dos demais? Descubra tudo sobre o assunto no nosso artigo!
Atualizado em 23.04.2020
Você sabia que os muçulmanos são cerca de 30% da população mundial? E que eles são parte de um dos maiores mercados de alimentos e bens de consumo do mundo inteiro?
Os muçulmanos apenas compram produtos Halal e, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o Brasil é responsável pelo embarque de 1, 8 milhões de toneladas por ano.
Mas não apenas os muçulmanos consomem produtos Halal. Hoje, esses produtos são sinônimos de qualidade, saúde e preservação de recursos naturais.
Mas o que é um alimento Halal?
Halal significa “lícito”, “permitido para consumo”.
O alimento é considerado Halal quando obtido de acordo com os preceitos e as normas ditadas pelo Corão e pela Jurisprudência Islâmica.
Esses alimentos não podem conter ingredientes proibidos pelo Islã, em sua totalidade ou parte.
Segundo o Islã, o alimento pode influenciar a alma e o comportamento, além da saúde moral e física do ser humano.
Portanto, é essencial que seja verificada a origem dos produtos que são consumidos e analisar se estão de acordo com as regras religiosas ou não.
De acordo com as exigências das embaixadas dos países islâmicos, o abate Halal deve ser realizado em separado do não-Halal (ou Haram), e deve ser realizado por um muçulmano mentalmente são, conhecedor dos fundamentos do abate de animais no Islã.
Todo tipo de vegetal é considerado halal, com exceção dos contaminados por pesticidas, dos venenosos ou que produzam efeitos alucinógenos.
Revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios
A jurisprudência islâmica classifica os alimentos em lícitos (Halal) e ilícitos (Haram).
Todas são reconhecidas internacionalmente e são habilitadas para certificar alimentos in natura, processados e industrializados, além de cosméticos e outros produtos, como de higiene e limpeza.
Dentre tantas certificações possíveis, por que escolher a certificação Halal?
Porque o mercado é extremamente promissor.
Segundo dados do Global Islamic Economic Summit, (GIES) o mercado de alimentos e bebidas Halal movimenta, apenas no Brasil, bilhões de reais.
Se considerarmos que, em 2018, em cifras, estimou-se que a economia halal global tenha atingido a marca de US$ 6,4 trilhões, é um caminho promissor para o setor alimentício.
Ainda, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), em 2017, as exportações brasileiras para os países árabes somaram pouco mais de 405 mil toneladas, incremento de 6,58% em relação a 2016.
Em faturamento, as vendas cresceram 16,13%.
Assim, esse tipo de produto está rapidamente se transformando em uma importante fonte de investimento, tanto na economia de países islâmicos como na economia global.
O GIES salienta que para receber a certificação Halal, exige-se que os princípios e regras estabelecidos pela Shariah tenham sido observados durante todo o processo da cadeia de abastecimento.
Ou seja, desde a produção até o transporte e distribuição, enfatizando a necessidade de encorajar uma harmonização da padrão Halal, ampliando a oferta de matéria-prima e facilitando a criação de parcerias entre a Organização para a Cooperação Islâmica (Organisation of Islamic Cooperation – OIC) e países não membros.
De acordo com as conclusões do Relatório sobre a Economia Islâmica Global para o período 2015/2016, espera-se que o setor de alimentos e estilo de vida Halal tenha um crescimento de aproximadamente 6% até 2020.
Apenas a demanda por um tratamento ético dos animais corresponde a um mercado de 100 bilhões de dólares.
O relatório foi encomendado e financiado pelo Dubai Islamic Economy Development Centre, em parceria com a Thomson Reuters e em colaboração com a DinarStandard.
A indústria global halal inclui, além dos itens ligados a alimentos e bebidas, produtos farmacêuticos e cosméticos.
Altamente sofisticada, é uma indústria que busca desenvolver produtos sem itens de origem animal ou que contenham álcool, além de outras exigências do islamismo.
Assim, como analisa o Centro Islâmico do Brasil, o segmento Halal inclui, além dos domínios normalmente relacionados à certificação (produtos alimentícios, proteína animal, produtos farmacêuticos, sanitários, cosméticos e vestuário), serviços financeiros, pacotes turísticos e mídia.
A estimativa publicada no website do Gulfood reforça o prognóstico otimista: o mercado de alimentos e estilo de vida Halal teria movimentado US$ 3.7 trilhões até 2019.
Em artigo publicado na revista Time, em 28 de julho de 2015, Alice Park lança a pergunta: seria a carne Halal mais saudável do que a carne convencional?
De acordo com o Muslims in Dietetics and Nutrition, grupo que é membro da Academia de Nutrição e Dietética, sim.
A ração utilizada não pode conter nenhum subproduto de origem animal e nem podem ser tratados com antibióticos ou hormônios de crescimento, já que os hormônios podem conter ingredientes à base de carne de porco.
Por esse motivo, alguns argumentam que a carne Halal seria mais saudável do que a carne Haram.
Carol O’Neil, que ministra a disciplina Nutrição e Ciência dos Alimentos (Nutrition and Food Science, em tradução livre) na Louisiana State University, diz que seria necessário desenvolver uma pesquisa específica para corroborar esse tipo de afirmação.
O’Neil reconhece, porém, que para algumas pessoas o fato de as práticas Halal proporcionarem um tratamento mais “humano” do animal pode fazer alguma diferença.
“A nossa religião não nos permite colocar qualquer pressão sobre os animais. Então, nós os tratamos o mais humanamente possível”.
Rasheed Ahmed – A carne Halal é mais saudável que a carne convencional ?
Uma técnica milenar que se preocupa em tratar de forma humana o animal a ser abatido e consumido: curiosamente, está em perfeita consonância com o debate atual sobre a ética na produção e no consumo de alimentos (principalmente os de origem animal).
A Cúpula Global de Economia Islâmica (Global Islamic Economy Summit – GIES ) é o principal fórum da região a debater e fomentar a economia islâmica.
Reúne especialistas de renome internacional em setores críticos da indústria, abrangendo diferentes regiões geográficas e abarcando diferentes culturas.
Criado em 2013 para desenvolver e promover Dubai como a capital mundial da economia islâmica, o Centro baseia-se nos seguinte sete pilares:
Podemos ver, assim, que o Halal é muito mais do que o abate em si.
Trata-se de um conceito que beneficia a todos, pois há um padrão ético e moral de ações permitidas no ambiente social, na conduta, na Justiça, nas vestimentas, nas finanças e na alimentação.
As empresas que praticam o conceito Halal:
É um mercado muito promissor e que, por ter um cuidado maior com os animais, tem ficado em uma posição relevante no mundo.
*Por Tatyanne Werneck
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