Vivemos a era da inovação tecnológica, esta que nos tornou dependentes de seus recursos. E quando se trata de meio ambiente não é diferente! O avanço das tecnologias ambientais têm contribuído para a redução do impacto negativo no meio ambiente, na economia e na sociedade. Confira as novidades 😉
As emissões de dióxido de carbono (CO2) estão subindo, plásticos estão poluindo os oceanos cada vez mais, áreas vegetais estão sendo exploradas e desmatadas ilegalmente e o preço do petróleo dispara. E o que temos feito para diminuir tais impactos no meio ambiente?
O ecossistema está desequilibrado e a tendência é só piorar. Porém, conseguimos ver uma luz no fim do túnel ao apostar na ciência e nas tecnologias ambientais. Estas que têm se tornado indispensáveis para o desenvolvimento mais sustentável da economia e da sociedade.
As tecnologias ambientais têm apresentado inovações que diminuem, de fato, os impactos do homem no meio ambiente. E, além de minimizar os problemas da emissão de resíduos potencialmente poluidores, elas permitem a eco-eficiência, que é produzir mais com menos, por meio de sistemas de gestão ambiental.
A importância da evolução das tecnologias ambientais
As tecnologias ambientais utilizam rastreadores de dados para identificação, armazenamento e acompanhamento de informações sobre a existência de resíduos poluentes no meio ambiente.
Dessa forma, é possível otimizar o processo de monitoramento e de recursos para minimizar tais impactos negativos.
De acordo com a Agência Europeia de Ambiente, “as tecnologias ambientais têm potencial para – durante a próxima década -, contribuir para reduzir as emissões dos gases com efeito de estufa até 25–80 %, a destruição da camada de ozono até 50 % e a acidificação e eutrofização até 50 %”.
E para concretizar os potentes benefícios apresentados pela ciência, é necessário ampliar o debate e as fontes de informações acerca. Se o mercado desconhece os benefícios e custos de infraestruturas necessárias para obtenção e implantação de tecnologias, as eco-inovações se tornam improváveis.
E para continuar nossa discussão sobre as tecnologias ambientais, preparamos uma lista com 3 exemplos geniais que estão se destacando no mercado:
1) Wetlands para tratamento de esgoto Apesar de ser bastante utilizado em países europeus, os Wetlands ainda são uma tecnologia pouco explorada no Brasil.
Os chamados Wetlands – conhecidos também por “jardins filtrantes” – são sistemas construídos para tratamento de águas e efluentes, que utilizam a microbiota, que se desenvolve naturalmente no leito como filtros e é a principal responsável pela degradação dos resíduos poluidores.
Dessa forma, a vegetação – que é a mais atraente neste modelo de tratamento -, não é a protagonista, porém, sua atuação é fundamental para o sucesso do processo de tratamento. As raízes das plantas contribuem com a remoção de poluentes, pois:
- Aumentam a área de filtragem;
- Liberam oxigênio e elevem o potencial redox
- Absorvem nutrientes da água;
- Aumentam a condutividade hidráulica do mecanismo.
E por ser um mecanismo natural e comparando com os tradicionais, o Wetland apresenta estrutura e operação simples, o que garante baixo custo e eficiência econômica, além de ser esteticamente bonito.
Ainda comparando com outros mecanismos tradicionais, este não gera resíduos de Iodo ao final do processo de filtragem, pois esta substância é degradada no próprio filtro.
Como falado no início deste tópico, os Wetlands construídos têm sido utilizados em diversos países para tratamento secundário e terciário de esgotos, como é o caso da:
- Recuperação do Rio Sena, em Paris;
- Estação de tratamento de esgoto de Araruama, no Rio de Janeiro;
- Estação de tratamento de efluentes da fábrica da General Motors, em Santa Catarina;
- E estação de tratamento de efluentes da fábrica da Natura no Pará.
2) Energia do biogás
O biogás é um biocombustível proveniente de biomassa que pode ser usado para sistemas de aquecimento e iluminação urbana. Ele é considerado uma fonte alternativa de energia renovável.
Assim, a tecnologia envolvendo o biogás tem se desenvolvido e ganhado atenção do mercado, justamente porque é uma opção sustentável de geração de energia elétrica.
Como a tecnologia funciona?
Constituído basicamente de 60% de metano e 40% de gás carbônico, oriundo da decomposição da matéria orgânica por bactérias; e pela fermentação sem oxigênio de bactérias existentes na biomassa. Assim, a tecnologia impulsiona a conversão de energia química do biogás em energia mecânica, por meio da combustão.
Ao se transformar em energia mecânica um gerador que produz energia elétrica é ativado. E por aproveitar resíduos de aterros sanitários e tratamentos de rede de esgoto, a tecnologia se torna mais sustentável por não gerar tanto impacto ambiental, em relação ao gás natural, por exemplo, que é derivado do petróleo.
3) Armazenamento de sal
O armazenamento de sal é considerado uma das principais tendências da tecnologia para armazenar grande quantidade de energia para uso no futuro.
O sal fundido é capaz de absorver e armazenar calor e por isso é uma boa alternativa para captar a luz solar e, por meio do seu vapor, ativa turbinas para geração de energia.
O ShareAmerica explica de forma didática o funcionamento da tecnologia que armazena sal fundido:
Espelhos que acompanham o Sol refletem a luz do Sol em um receptor situado no alto de uma torre. O sal líquido passa pelo receptor aquecido e o sal fundido flui para um tanque de armazenamento térmico isolado. Quando se precisa de eletricidade, o sal fundido passa por um sistema de geração de vapor que aquece a água para produzir vapor de alta pressão. O vapor aciona uma turbina que gera eletricidade. O sistema funciona com céu ensolarado e nublado. O processo de geração de vapor é idêntico ao utilizado para produzir eletricidade a partir de usinas nucleares, de gás ou carvão, mas é 100% renovável, sem as emissões nocivas dos gases de efeito estufa.
*Feito por Ingrid Stockler – Colaboradora da Ius Natura